A rua
Um dia normal de trabalho continuava na minha semana. Era quase a hora do almoço e, enquanto imaginava o que haveria no cardápio, verificava as desordenações da minha caixa de e-mails. Entre um spam e outro, bocejos me irrompiam até o esticar dos braços. Simples movimento com alto teor de liberdade incorporado. Às vezes precisamos intercalar ilusões às necessidades da vida. Contava tempos sem ver o dono daquela voz... e as perspectivas de reencontro viravam a esquina na minha memória, fazendo um desvio na contramão. Imediatamente meu rosto denunciou as marcas de expressão causadas pelo sorriso. Lembrei de nunca ter considerado as minúcias das ruas paralelas à minha e aqueles crassos e-mails remetiam às vias transversais do meu passado, tencionadas a interditar a passagem. Depois do inesperado chamado, os bocejos descansaram e a disposição assumiu a agenda, seguindo o calor da calçada. A fome de luz não seria suprida pelo cardápio, mas o estômago precisa de algo para digerir. É c