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Mostrando postagens de setembro, 2009

Limites

Os limites chegam quando menos se espera. Das coisas que deixamos de fazer, enquanto fazemos outras, do tempo que deixamos de contar, enquanto ele passa. Se ele passa, é porque estamos apreciando cada momento. E é bom o tempo passar... como é... Quero que passe com toda a beleza de gestos fotografados na mente. Quero que passe trazendo as saudosas descobertas de segundos atrás. Aprimorando a intensidade de um minuto... Que passa. E as coisas mudam de lugar. Algumas vão para o armário e outras ganham a estante da sala. Tudo conforme o riso daquele dia... Que logo acaba e pede por mais um. E assim conseguimos enganar a velhice, que vai chegar, eu sei... Foda-se. Tenho tempo para perder... enquanto ganho algo para me lembrar. Raquel Abrantes

No meio

Quatro cantos no recinto. E nenhum deles era meu. Quatro quadros na parede, todos misturados em mim. Mergulhava nas gravuras e não me encontrava em nenhuma delas. Apenas surfava nas nuvens de Van Gogh e me espraiava nos desenhos de outros menos conhecidos. Conhecer... lançar-se em uma aventura traiçoeira, por sombras de trilhas num pedaço de papel. Quase me perdi nos caminhos pontilhados de impressionistas, mas voltei ao concretismo da sala. A fechadura ilude garantir a segurança de um lar eventualmente explorado. Nenhum trinco é capaz de me tornar refém, nem que seja de mim mesma. Se fosse isso, abriria a porta imediatamente. Afinal, a chave é minha, pelo menos por enquanto. Enquanto pago o aluguel, o condomínio e a conta de luz. Infelizmente, a luz apagou, como tudo que deixa de funcionar, assim, sem mais nem menos, e exige um movimento meu. Como o telefone que parou de tocar e o gás que nada mais acende. Aliás, o cansaço se instalou no meio. E não quer deixar de concentrar a energi