Ninguém ligou
No dia seguinte, ninguém ligou. Quando fiquei mais velho sozinho no meu canto, apesar de ver claramente a cruzada de pernas no sofá, acendi o cigarro, da marca que ela fumava, e deixei queimar no cinzeiro, para ver se o cheiro do perfume surgia junto no ar. Fui dormir e deitei do meu lado, o esquerdo, e do outro coloquei o travesseiro para ter o que abraçar. Jogava as pernas por cima, eu costumava envolver o corpo dela antes de desmaiar. Tentei pensar no trabalho, mas sonhei com o vermelho do vestido... sem o corpo que mexia comigo. Como pude esquecer aquela data, hoje lembro de todas, incluindo as que criamos para comemorar. Ligava a televisão e ela, o som, disputávamos o ambiente, por nossos gostos diferentes, agora a tevê virou apoio do retrato que não paro de olhar. Cada vez é mais difícil o suplício de aceitar a lâmpada que fiquei de trocar, a parede que deixei de pintar. Sorria todos os dias pela manhã... e não pude acreditar. Ninguém ligou no dia seguinte.
Raquel Abrantes
Amigaaaa...
ResponderExcluirAdorei, sério mesmo!....olha o milagre, agora vc acredita..rs...eu li...rs.
Viuuuu...
Parabéns amiga!
...é a verdadeira essencia do ser lindo e inteligente que vejo crescendo cada vez mais
ResponderExcluirSeu texto tem um ritmo gostoso.. Lindo, parabéns!
ResponderExcluirBeijos,
Raquel
tem gente copiando teus textos.
ResponderExcluir(blog ocantodopensamento, busca no google)
Parabéns pelo texto!
ResponderExcluirCamila