Queria eu
Queria eu morrer em toda parte
Desse assassinato mútuo, delirante, cotidiano
Sem pensar que há vida após o tiro
Mirado, definido. Preferido.
Morte da matéria fraca, tentada
a morrer iluminada, a todo momento,
Na cegueira imóvel de um instante,
por gosto a apurado veneno.
Queria eu morrer entre palavras
Acentuadas, insensatas, altivas
De falas arfantes e instigantes
Perante a vontade consumida.
Quantas vezes já nos matamos
Dessa morte repetida, curtida
Esquecendo um no outro a própria vida
Crime em que culpados somos.
Queria eu morrer torturada
Para um instante de realidade infinita
Verdade intensa, derramada,
De uma morte bem matada.
Por que deixar de nos matar, nesta vida,
se vida com vida se renova?
Sobrevivência é um instinto que venera a vida,
e não a boa morte.
Raquel Abrantes
Desse assassinato mútuo, delirante, cotidiano
Sem pensar que há vida após o tiro
Mirado, definido. Preferido.
Morte da matéria fraca, tentada
a morrer iluminada, a todo momento,
Na cegueira imóvel de um instante,
por gosto a apurado veneno.
Queria eu morrer entre palavras
Acentuadas, insensatas, altivas
De falas arfantes e instigantes
Perante a vontade consumida.
Quantas vezes já nos matamos
Dessa morte repetida, curtida
Esquecendo um no outro a própria vida
Crime em que culpados somos.
Queria eu morrer torturada
Para um instante de realidade infinita
Verdade intensa, derramada,
De uma morte bem matada.
Por que deixar de nos matar, nesta vida,
se vida com vida se renova?
Sobrevivência é um instinto que venera a vida,
e não a boa morte.
Raquel Abrantes
Raquelzinha,
ResponderExcluirNão tenho lido seus posts, mas, agora, ao retomar, tenho esta grata surpresa. Vc diversificou, cresceu e criou um poema de primeira! Parabéns. Adorei.
Demais, Raquel! Parabéns! Gostei muito do poema. Inclusive, sua musicalidade se assemelha a uma canção! ;) Imaginei um violão 'pesado' regendo seu 'clamor' ofegante, em uma voz suave...
ResponderExcluirShow de bola! Vejo que voltou a escrever no blog! Isso é ótimo! Farei visitas frequentes... =)
Ah,
ResponderExcluirQue lindo!
Então voltou às palavras ou foram elas que te enlaçaram novamente?
Bjs
Muito bom!
ResponderExcluirQueria eu escrever assim... Rsrs
Queria eu, nessa vida, e em todas as outras, ter nascido poeta.
ResponderExcluirQuem sabe, lendo coisas assim, aprendo para a próxima!
Vc me lembra alguém que já desconheço,que se atrevia em versos,se perdia e se achava na tentativa de encontrar o melhor encaixe,me lembra a mim,alguém que se apaixonou por todos os malditos,me lembra alguém antes de se deixar vagando em direção à morte; que não seja em vida!Pois enquanto ainda penso,pergunto,não compro pronto o que nos vendem,respiro.Obrigada por me resgatar nas tuas palavras, não tenho mais talento, nem sei se um dia tive,mas tenho certeza que estarei sempre muito bem representada por vc,querida!Bjs.
ResponderExcluirSou um privilegiado: antes de ler, ouvi, recitado pela própria poetisa.
ResponderExcluirMaravilha!!! Bravo, bravíssimo!!!
Beijos.
Olá, Raquel!
ResponderExcluirQue bom você ter regressado.
Desculpe só agora chegar para lhe dar um abraço.
Dou, com dupla satisfação, por rever você e pela leitura do belo poema!
Parabéns!
Beijos deste lado do mar
Pra falar verdades as vezes mentimos tentando ser metade do inteiro que sentimos... (mais ou menos isso) "Teatro Mágico".
ResponderExcluirMinha linda! Você é D ++++
Que bom que te conheço e te amo... rsrsrsrs...