Nosso Mundo


Dia de colchão na sala. O lençol de elástico funciona perfeitamente esticando o conforto de brigas eternas no tamanho queem. Travesseiros travessos (vicissitude) amortecem a luz e a paz iminente.

Cinzeiros: dois. Copos: dois. Ao lado, a garrafa de coca-cola, o pote de pipoca e o prato de brigadeiro. Fome, sede e sono devem ser saciados sem o abandono do lugar. O nosso lugar.

O maço de Free e a caixinha de Lucky Strike se confundem na troca de risadas e divisão das funções de cada um – para que o tempo perdure. Preciosos momentos. Nosso mundo ao redor do colchão. Apenas nós dois. Nunca nada fez tanto sentido.

(...)

A televisão apresenta vários filmes, escolhidos e não impostos, sendo que o mais assistido está na sala. Fora da tela. Horas passam... e a vontade permanece (deleite). Momentos alguns para matar o calor e refrescar a alma. Aura instransponível.

A contagem do tempo se perde. Qualquer coisa, qualquer hora (randômico). Hora? Nenhuma opressão do relógio enquanto os dias nos pertencem. O nosso mundo, enquanto nosso.

Durante a claridade, acrescenta-se à cena o mundo exterior, que se movimenta tranqüilizante e aprazível. O vermelho do sofá contrasta com o verde das folhas e o amarelo da luz que entra através do pardo. Pardo como a gente.
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