Enfrentamento do desejo


– Sabia que eu te amo?

(...)

– Você ouviu o que eu falei?
– Ouvi, que você me ama.
– Ahh, você ouviu isso?
– Ouvi.
– Mas você não seria capaz de dizer o mesmo...
– Você não acha que é muito cedo pra dizer isso?
– Não, não acho.
– Acho que você vai enjoar de mim.
– Até agora, não enjoei...
– Mas vai...
– Não, não vou...

De Celso Salim, aquele blues respondeu por mim a confirmação esperada por ser liberada, ansiosamente. Apesar da certeza, a necessidade veemente pela beleza me levou ao confronto das palavras.

Ambos admitimos a culpa, e rendidos aqui estamos, no enfrentamento do desejo. Um misto de indefesa ao sentir com esses ombros que acolhem e a barba que arranha e realiza.

Seres mesclados e ocupados, funcionamos à capacidade total. Totalmente sua, Totalmente seu. Minha, Meu. Pronomes possessivos consagram a existência de uma congruência, e aceitamos os termos ri-go-ro-sa-men-te.

Nas várias refilmagens do mesmo, a criatividade tomou conta do roteiro (sensacional). Foi por este mesmo irrefreável, parceiro, que a vontade se vestiu de vermelho e declarou feriado nacional. Enquanto sussurros dominavam tímpanos afoitos (codinome), o corpo reagia com volúpia para todos os gostos, ao que desenfreado me consome.

.

Comentários

  1. ...ya no hay nada: - pasado,
    futuro, sombras, gozos -
    por fuera de nosotros...this is...the end...

    (...sabia que te amo?...)

    ResponderExcluir
  2. Hey, Raquel!
    Me surpreendi com este post.

    Intenso, sensível, completamente compreensível

    Parabéns! Gostei muito, muito!

    um beijo :*

    ResponderExcluir
  3. tá vendo, já resolveu se apropiar e ressignificar as referências, hahaha.

    beijos!

    ResponderExcluir
  4. O que é digno merece ser citado. Palmas para Ana Cristina Cesar! (obrigada por ter me apresentado a ela)

    ResponderExcluir

Postar um comentário