Flor de Lótus

“Olha, Sidarta, aprendemos muito, mas muita coisa ainda resta-nos aprender.

Não nos movimentamos num círculo fechado, senão subimos sempre.

O círculo é uma espiral. Já galgamos numerosos degraus.”

Hermann Hesse

Alguns mantras divinos
parecem tão evidentes...
Acredito saber o significado
das palavras, soam tão belas e sensatas
elevam a vontade, clamam pelo espírito

levam à reflexão, dão esperança

Fazer o bem, querer o bem, amar o próximo
Direções preciosas

para quem rasteja no conhecimento...

O que se apresenta na vida atual

cada dificuldade, obstáculo

tendência ruim 
administráveis ou não

fazem parte do ser, assim como a luz

que herdada, precisa ser cultivada

para manter o brilho

Tudo já vem com os percalços necessários

as reparações, os acertos devidos

cumpridos ou postergados

A mudança depende de si

poder imensurável, que carece de fé

pela falta de justificativas evidentes;

ainda ver para crer

Quem dera ser imune ao lado humano!

às ofensas, às injustiças, às humilhações

desprezar o ruim e levar somente o bom

escolher a boa parte, como já dizia o Mestre

Assumir a responsabilidade de acertar

perdoando o erro do outro, tendo paz...
sem razão nenhuma

Apenas humano, com consciência limitada

falível, raivoso, inconformável

Aceito

não ter aceitado nada

Responder por cada falha

na mesma proporção do esforço para desengajá-las

Ó, mestre, fazei com que procure mais!

Quem sabe um dia possa
de fato ajudar alguém

Sem pensar que quem precisa mais sou eu

um ser pequeno, miserável, incapaz do amor incondicional.

um ser errôneo, rodeado de sombras que abafam meu bom coração.

Quem sabe um dia possa

não querer nada, não precisar de nada

(ou menos que outros, para a comunhão;
mostra a unidade celestial)

E, assim, meu peito vazio

Seja mais um a ecoar esperança.

Raquel Abrantes