Sem mais nem menos
Assim, sem mais nem menos, o som dispersou-se sozinho. Nem uis, nem ais, nada mais. Cada um seguiu seu caminho. Assim, sem mais nem menos, o momento se escondeu entre gestos antigos, se perdeu, Evitou o que anoiteceu. Assim, sem mais nem menos, Da intimidade restou distância, Da saudade ficou ânsia, Do cuidado, inconstância. Assim, sem mais nem menos, Sombra virou o que era vivo. Deixou de arder, sem aviso, Com você e comigo. Em linhas não traçadas Quase planos, quase nada O silêncio se instalou, sabemos Assim, sem mais nem menos. Raquel Abrantes