Visto a máscara que me impõe agora o mundo E, de repente, perco a identidade preta, branca, rosa, florida, poá Estilos de pano, acessórios, para imprimir personalidade no que se esconde Desta vez, não é um segredo É a pessoa, camuflada trancada e silenciada sem brecha, sem espio Sou ninguém em nome de todos E continuo ninguém ao chegar em casa nas paredes vazias, nas caixas vazias nos pensamentos repletos, perdidos Eu, a máscara, o desinfetante A outra máscara, em busca de desinfetante E o desinfetante, com seu rótulo, É mais indivíduo que eu... Na quietude do novo mundo, a mente barulhenta abafa o eco mais profundo Por fora, a máscara Por dentro, a falta dela. Raquel Abrantes