Ele
Um deslumbre! Bem torneado, traços finos e definidos, intervalos atraentes entre as expressões. Encantamento instantâneo. Naquela livraria, as estantes perderam o costumeiro sabor. Não conseguia tirar os olhos dele, que não me via. Seu tom avermelhado, corado, marcante. Estava tudo ali. O nome chamava a atenção e, pelo que pude perceber, meio de perto meio de longe, tinha conteúdo de valor. Palavras de arrepiar a pele e expandir o cérebro. Repensar o lógico. Estava apaixonada. Queria porque queria. Mas não era meu. E continuei admirando, fascinada. Nenhum barulho, distração, gente chegando; nada tirava meus olhos daquela direção. De vez em quando, piscavam, e lamentava o lapso de adoração. Perdi a fome, esqueci o nome do autor que procurava, o tempo me deixou e continuei lá. Estática, sorridente, feliz e frustrada. Tinha que tomar uma atitude. Pelo menos tentar me aproximar. Fazer um movimento... Tomei coragem. Fui até a mesa do café e perguntei à lin