No lixo

Joguei no lixo
a poeira da semana
a casca de banana
a garrafa vazia de cana

Joguei no lixo
o verso que estava perdido
o cartão velho de um amigo
o sofrimento contido

Ali fiquei, e o lixo fitei
revivi os poemas antigos
os primeiros que queimei
e os que ficaram contigo

Mas no lixo não estavam
as fotografias que restaram
preferi o fundo da gaveta
até a próxima arrumação.


Raquel Abrantes

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