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Mostrando postagens de junho, 2020
Era sol, areia, mar e em algum lugar do passado tocava, enquanto folhas caíam.  Quatro policiais chegaram junto com a realidade. Raquel Abrantes

Intervalo

Fome do resultado que transforma e sensibiliza a realidade fraca Sede do amanhecer que ilumina e eleva o ambiente interno Curiosidade da forma que toma a natureza de alma liberta Destrancado, outra vez, intensidade e cautela reparam miudezas O beija-flor serelepe enfeita o dia distraidamente... O flerte prolongado renova crenças, vertido em plenitude de sentimento Entre conjectura e ação, o intervalo chega para destacar a essência. Raquel Abrantes

VIDA

Se eu fosse uma borboleta colorida, leve e faceira sobrevoaria as flores do jardim alargaria o sorriso das crianças teria vida breve e bela depois de ter nascido larva e, ainda assim, seria um inseto Se eu fosse um leão grande, musculoso e bravo percorreria toda a floresta protegeria as fêmeas do grupo encantaria pela juba volumosa depois de dormir o dia todo e, ainda assim, seria um predador Se eu fosse um lápis lazúli  precioso, potente e ornamental iluminaria toda a gente traria harmonia e equilíbrio despertaria a intuição superior depois de evitar o sol e a água e, ainda assim, seria uma pedra Se eu não fosse humano imperfeito, inconstante e transitório dispensaria o convívio do mundo deixaria de aprender com a vida perderia a oportunidade de sentir depois de cair e levantar para, somente assim, aceitar. Raquel Abrantes

Tudo isso

O bicho carpinteiro chegou sacudiu poeiras catalogou desordens instalou soluções Começou desassossego por nada entrou nas paredes saiu nas janelas parou na rua Mas voltou mergulhou no tanque se pendurou nos varais Mas voltou percorreu o piso vasculhou armários Pausou na varanda refletiu, acalmou estalidos estruturais desarranjos mentais no constante refazer do agora. Raquel Abrantes

Deságuo

Poder da vida deságuo em ser-mulher Agonias prévias intempéries várias Reordeno têmporas sacudo desordens descabidas Angústia latente do viver feminino recobra desaventuras reafirma incipiências Para, enfim, sanar barbaridades póstumas com o ventre derramado de si Raquel Abrantes

Amanhã

De pé, estarei em frente à porta do novo mundo até que se abra sem critérios nem patentes cores nem gêneros Nada poderá barrar o pulso da justiça nas mentes fervilhantes que defendem o direito ao diverso Abas da realidade paralelas a todas as outras Raquel Abrantes