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Mostrando postagens de junho, 2013

A chave

Enfiou a chave na fechadura, pronto para um novo dia. Um dia agitado, véspera de Natal, muito trabalho em seu comércio e depois a reunião familiar mais importante do ano. Virou a chave, mas o trinco não abriu. Tentou virar e revirar, assim como faz constantemente com seus pensamentos, e não saiu do lugar, o que também costuma acontecer com sua vida. Porque, afinal, são muitas decisões a tomar e, ao considerar as consequências de cada uma delas, fica realmente difícil escolher. Neste caso não havia o que escolher se pensarmos superficialmente. Só que dentro da verdade do momento, ele precisava resolver um problema e tinha que decidir como o faria. A princípio, ainda calmo, tentou retirar a chave, mas havia emperrado e nenhuma posição, nenhum jeito, nem o truque de antes; nada adiantava agora. O telefone e a internet da casa nova ainda não tinham sido instalados e o celular estava com defeito há semanas, problema que postergou resolver por motivos que só o inconsciente pode explicar. Er

Amálgama

O que chega e se impõe incita o que despertou; põe o que tem ou tira o que não botou, fecha o que abriu ou abre o que não fechou. Desde abril - maio, junho... mas não agosto A gosto, não. Sim, a gosto em setembro. É um descascar de osso, de membro. Mesmo onde não há desgosto,  posto que crê aquele que vê, como ele, ela eu e você. E as cores aos pares afastam e unem olhares vermelho e avermelhado, amarelo e amarelado: cor-de-burro-quando-foge, apesar de amarrado. Raquel Abrantes